Diversidade, engajamento e resultado: a tríade da nova gestão estratégica nas empresas dos EUA

A busca por ambientes mais diversos e inclusivos já deixou de ser tendência para se tornar uma exigência do mercado americano. Empresas que investem em diversidade têm 35% mais chances de apresentar retornos financeiros acima da média do setor, segundo estudo da consultoria McKinsey. Para André Brito, essa é uma das razões pelas quais a gestão estratégica precisa incorporar, desde a base, políticas que promovam o pertencimento.

“A cultura corporativa nos EUA valoriza o individual e o coletivo ao mesmo tempo. Por isso, é necessário criar estruturas que alinhem o propósito à performance. O RH não pode ser apenas burocrático. Tem que ser inteligente, propositivo e inspirador”, afirma Brito, que hoje lidera projetos voltados à estruturação de pequenas empresas comandadas por brasileiros no exterior.

Dados da Gallup mostram que colaboradores engajados são 21% mais produtivos e 87% menos propensos a pedir demissão. Ou seja, investir em comunicação interna, liderança empática e programas de desenvolvimento impacta diretamente a performance e a escalabilidade do negócio.

Além disso, Brito defende que a gestão estratégica seja usada como ponte para acelerar a adaptação cultural de imigrantes empreendedores. “O choque cultural é real. Mas com treinamento, clareza de papéis e rituais bem definidos, esse desafio se transforma em vantagem competitiva”, explica.

Esse novo olhar sobre a gestão estratégica também exige que líderes compreendam o papel da tecnologia sem abrir mão da sensibilidade humana. Ferramentas como People Analytics, avaliações 360° e plataformas de onboarding digital são poderosos aliados — mas só funcionam quando inseridas em uma cultura que valoriza a escuta ativa, o feedback contínuo e o reconhecimento real. “Não se trata apenas de medir desempenho, e sim de entender o que motiva cada colaborador. Isso é ainda mais importante em equipes multiculturais, como as que encontramos em boa parte das pequenas empresas nos EUA”, reforça Brito.

Outro ponto crítico é a criação de processos claros e escaláveis. A ausência de estrutura organizacional é um dos principais motivos pelos quais muitas pequenas empresas fracassam nos EUA — 45% delas encerram as atividades nos primeiros cinco anos, segundo dados do Bureau of Labor Statistics. André Brito defende que a gestão estratégica deve começar antes mesmo da contratação, com definição de cultura, missão e objetivos, além de planos de desenvolvimento individual. “Você precisa preparar a empresa para crescer antes que o crescimento aconteça, ou vai se perder no caminho”, afirma.

Para empreendedores brasileiros que desejam se destacar no mercado americano, Brito oferece não apenas consultoria, mas também capacitação personalizada, com foco na realidade do imigrante. “Cada empresa tem uma identidade e cada time tem uma alma. A minha missão aqui é ajudar a conectá-las de forma estratégica. Quando a gestão é feita com propósito, os resultados vêm naturalmente — tanto nos números quanto no ambiente”, conclui.

Sobre André Brito

André Luiz Butinhão Brito é jornalista, empreendedor e especialista em comunicação estratégica. Atuou por mais de uma década como editor do portal Diário do Poder e coautor da premiada Coluna Cláudio Humberto, com foco em política, economia e bastidores do poder. No setor privado, é cofundador e diretor financeiro da Rota DF, agência de viagens especializada em experiências personalizadas para clientes de alto perfil. Atualmente, reside nos Estados Unidos, onde lidera um projeto voltado à gestão de talentos, desenvolvimento humano e cultura organizacional, com foco especial em empreendedores e profissionais brasileiros em transição internacional.