Casar após os 50: elegância e autenticidade no altar
Número de uniões cresce entre pessoas maduras e estilista Patrícia Granha explica como traduzir estilo e história de vida em vestidos que unem sofisticação e liberdade estética
O amor não tem idade — e, cada vez mais, o casamento também não. Dados recentes do IBGE mostram que os casamentos entre pessoas com mais de 50 anos aumentaram 308% nos últimos 20 anos, passando de 17,6 mil para 71,8 mil registros. Entre as mulheres, a participação das que tinham 40 anos ou mais subiu de 8,2% em 2003 para 25,1% em 2023. O mesmo movimento é observado entre os homens, cuja faixa etária acima dos 40 anos saltou de 13% para 31,3% no mesmo período.
Esse crescimento revela não apenas uma mudança nos relacionamentos, mas também no mercado de moda nupcial. Afinal, a noiva madura busca algo que vá além das tendências passageiras: deseja um vestido que reflita sua personalidade, sua trajetória e a liberdade conquistada ao longo dos anos. É nesse cenário que a estilista Patrícia Granha, reconhecida por criar peças autorais e personalizadas, se destaca.
“O vestido ideal existe, sim — e ele não está nas prateleiras. Ele nasce de uma escuta profunda, da conexão com a história de cada mulher, com seu corpo, suas emoções e seus sonhos”, afirma Patrícia.
Estilo sem idade
Segundo a estilista, não há regras rígidas para a noiva após os 50 anos, mas sim escolhas inteligentes que trazem conforto e elegância. Tecidos leves e fluidos, como seda e crepe, valorizam a silhueta sem pesar. Decotes discretos, como o canoa ou o V moderado, equilibram sofisticação e sensualidade. Já as mangas — longas ou ¾ — costumam ser procuradas por quem busca um toque de refinamento, sem abrir mão da leveza.
Além disso, as cores alternativas ao branco puro estão em alta. Tons como off-white, champagne e pérola transmitem modernidade e harmonia, respeitando o tom de pele e a proposta da cerimônia.
“A liberdade estética é essencial. Um vestido bonito precisa se ajustar ao corpo real, não o contrário”, reforça Patrícia.
Mais que moda, memória
O processo criativo também costuma ser marcado pela emoção. Patrícia conta que já teve clientes que incorporaram referências de vestidos usados por familiares, como uma avó costureira ou uma mãe em um momento especial. “Cada detalhe pode carregar significado. Já criei mangas inspiradas em um vestido de formatura que marcou a juventude da noiva. É essa mistura de memória e estilo que torna o vestido único”, relata.
O grande dia como celebração da vida
Mais do que celebrar uma nova união, casar após os 50 representa a afirmação da autoestima e da liberdade de escolhas. Nesse contexto, o vestido se torna um manifesto de autenticidade.
“Não se trata de parecer mais jovem, mas de estar inteira, vivendo com verdade e conforto cada momento do grande dia”, conclui Patrícia Granha.
Com o aumento expressivo de noivas maduras, o mercado nupcial brasileiro acompanha uma transformação importante: a moda deixa de ser apenas estética para se tornar, também, um espelho da trajetória de vida de cada mulher.